Olhou o valor da passagem no site e achou caro? Aqui a mesma passagem tem 50% de desconto!!!
Você já viu alguma oferta assim, de alguma agência de viagens cujo nome você nunca ouviu falar? E já ficou tentado em fazer essa compra imperdível e economizar um bom dinheiro para a viagem de férias ou do próximo feriado prolongado? A tentação é enorme, mas tem algo nessa história que não cheira muito bem, não é mesmo?
Quando a esmola é demais…
Sim, você deve desconfiar! Especialmente se essas passagens (aéreas ou até mesmo rodoviárias) com um preço imperdível tiverem duas peculiaridades: só valerem para a emissão de bilhetes em datas próximas (dentro de 1 ou 2 dias no máximo) e a única forma aceita de pagamento ser a transferência bancária. Nada de cartão de crédito, nada de comprovante, nada de nota fiscal. A chance de este tipo de oferta ser na verdade algum tipo de golpe é enorme.
Muitos estelionatários se passam por agentes de viagem que aparentemente têm um dom: obter 30, 50 ou até mesmo 65% de desconto sobre aquela mesma passagem que você acabou de ver no site da companhia aérea. Independentemente do dia da semana, do horário ou do destino. Só que os métodos que estes agentes utilizam para obterem os bilhetes é bastante questionável.
Como funciona o golpe?
Um consumidor desavisado se interessa pela oferta imperdível anunciada na internet, entra em contato com o suposto agente de viagens, geralmente por meio de Facebook ou WhatsApp, e acerta a compra da passagem. Nestes casos, as emissões só podem ser feitas para datas próximas, geralmente para um ou dois dias depois.
O pagamento também é imediato, para uma conta cujos dados bancários o agente de viagens informará. O consumidor realiza a transferência e, no mesmo instante, o agente emite o voucher para o cliente com o código do embarque. Negócio fechado, e com um descontão!
No entanto, o consumidor talvez não saiba que o agente na verdade pode ser um estelionatário que utilizou um cartão de crédito clonado para comprar aquela passagem no site da própria companhia aérea, ou de alguma outra agência de viagens. O golpista obteve os dados do cartão ilegalmente no “mercado negro” e realizou a transação utilizando uma outra vítima. E, como a passagem foi adquirida para embarque próximo, as companhias aéreas ou rodoviárias dificilmente terão tempo hábil para cancelar a passagem a tempo e barrar aquela fraude – afinal, revisão manual é um processo que toma tempo.
Por isso a possibilidade de revender por R$ 500 uma passagem que, na verdade, custou R$ 999. E também por isso que o suposto agente de viagens só aceitou o pagamento via transferência bancária, que não pode ser revertida caso o cliente que adquiriu as passagens queira cancelar o negócio e ter o dinheiro de volta.
Quais são os riscos?
Este tipo de golpe, bastante comum na internet, tem consequências ruins para muitas pessoas e instituições envolvidas. Por exemplo:
Para o cliente desavisado do suposto agente de viagens
Como a compra das passagens foi feita com o cartão de crédito de um terceiro, há o risco de a fraude ser detectada a tempo pelo banco emissor do cartão e a transação ser cancelada. Assim, quando o cliente chegar ao aeroporto ou à rodoviária pronto para viajar, pode ter uma surpresa bem desagradável e ser informado que aquele voucher não é mais válido e que a passagem não existe. Imagine o tamanho da frustração!
Para a companhia aérea ou a agência de viagem vítima do golpe
Se a passagem comprada ilegalmente pelo fraudador não foi cancelada a tempo da viagem, a empresa terá que arcar com o prejuízo e devolver o dinheiro daquela compra para o consumidor portador do cartão vítima de fraude. Sem falar também na experiência negativa que este acontecimento gerará – afinal, a marca do negócio ficará atrelada à sensação de compra fraudulenta.
Para o portador do cartão vítima do golpe
É sempre muito desagradável saber que foi vítima de um golpe. Por mais que o dinheiro daquela compra fraudulenta seja devolvido ao portador do cartão, a sensação de vulnerabilidade pode ser tão grande que ele poderá ficar inseguro em fazer pagamentos pelo cartão na internet ou até mesmo em fazer novas compras pela internet. Sem falar que as marcas que também foram vítimas do golpe poderão perder pontos no inconsciente do consumidor.
Para o banco emissor do cartão
O banco também tem custos operacionais e de atendimento para cancelar o cartão clonado do cliente e emitir um novo plástico – e esse processo não é barato. Há também a experiência negativa do correntista, que pode também achar que utilizar cartões daquele banco “não é seguro”.
Como evitar este golpe?
Para o consumidor, desconfiar de ofertas generosíssimas como estas é a melhor solução. O mais seguro é realizar as compras das passagens diretamente nos sites das companhias aéreas e das agências de viagem ou, então, com agentes muito bem referenciados.
É claro que uma suposta “promoção” imperdível, em que você é oferecido um desconto de até 65% sobre o valor real de um bilhete aéreo ou rodoviário, pode deixar algum turista em dúvida. Entretanto, é importante ter em mente que há o risco (grande) de o próprio comprador da passagem se dar mal. Caso a fraude seja detectada a tempo, o viajante corre o risco de ter as férias frustradas momentos antes do embarque. Neste caso, para quem recorrer? O valor gasto muito provavelmente não será reembolsado… (sem falar que este tipo de golpe é uma prática criminosa!)
Sobre a Konduto
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