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Por que antifraude garantido é um mau negócio para o lojista?

Por 6 de fevereiro de 2017 setembro 21st, 2020 Nenhum comentário

“Por que a Konduto não trabalha com um modelo de garantia total de chargebacks?”

Ouvimos esta pergunta com certa frequência, e a resposta costuma ser sempre a mesma: porque é um modelo de negócios ruim para o próprio lojista – apesar de este argumento parecer um pouco difícil de acreditar. Mas em seguida contamos uma de nossas fábulas favoritas: “Breno e a melhor seguradora de carros do mundo”.

A melhor seguradora do mundo

Breno comprou o carro zero km dos sonhos e, precavido, foi atrás da melhor apólice do mercado para protegê-lo de todo e qualquer prejuízo com o veículo. E isso incluía roubo e furto, perda total, batidas de quaisquer magnitudes, vidros quebrados, pneus furados, retrovisores, enchentes, arranhões e ralados, amassadinhos de porta em estacionamentos de shopping e até risco nas maçanetas. O seguro cobriria qualquer gasto que não estivesse relacionado a abastecimento, impostos e manutenção básica.

Breno pesquisou muito. Muito mesmo, até que conseguiu encontrar, na melhor seguradora de carros do mundo, o plano que procurava. O valor era um pouco alto em comparação às apólices mais tradicionais, mas ainda assim parecia um plano interessante. Ele estava quase assinando o contrato quando resolveu ver algumas condições não negociáveis para que o carro estivesse sob a cobertura.

Basicamente, Breno não poderia dirigir sob condições meteorológicas adversas (incluindo garoas leves); não poderia utilizar o carro entre 22h e 7h; não poderia percorrer mais do que 10 km por dia; não poderia estacionar em vias públicas e nem em estacionamentos com manobristas; não poderia ultrapassar 30 km/h na cidade (inclusive nas Marginais) e 50 km/h em estradas; não poderia ficar com o rádio ligado com o carro em movimento; não poderia sair de carro ao final de semana para ir a shoppings, feiras, exposições culturais e nem a cinemas com filmes em cartaz estrelados pela Meryl Streep e/ou pelo Bradley Cooper… dentre muitas outras condições esquisitas e sem sentido – inclusive não poder dirigir se estivesse usando meias roxas com bolinhas amarelas!

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Dirigir feliz com o sapo Caco de carona tocando banjo: também não estava coberto pelo seguro

Diante destas exigências, qual a chance de Breno utilizar o carro? Quase nenhuma: o veículo passaria a maior parte do tempo parado na garagem. Mas, se por algum acaso o carro viesse a sofrer algum dano enquanto estivesse protegido na garagem de casa, a seguradora arcaria com os reparos necessários. Vantajoso?

Você vende menos com antifraude garantido

Claro, a história da melhor seguradora de carros do mundo é uma brincadeira que fazemos na Konduto. Mas esta anedota está de certa forma relacionada ao que acontece com o lojista quando ele contrata um plano de antifraude que prometa fraude zero ou reembolso de todos os chargebacks.

Vamos imaginar o seguinte caso: uma loja virtual com ticket médio de R$ 200 que paga ao antifraude um percentual de 2% por cada venda analisada. Se algum dia chegar um pedido de R$ 5.000, mas com um mínimo de risco, qual seria a atitude mais provável da ferramenta: aprovar a transação suspeita e ganhar R$ 100 por aquela análise ou simplesmente negar o pedido e evitar um prejuízo de R$ 5.000?

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Pois é. A segunda alternativa certamente é a mais provável de acontecer.

Mas isso não acontece somente em casos extremos, como no exemplo acima. É questão de negócios: como o tombo de uma possível fraude recairia sobre o sistema de risco, cujo core não é a venda, acaba sendo natural que a empresa, terceira, se resguarde e barre qualquer transação minimamente suspeita.

Recentemente, divulgamos um estudo que indica que a média de tentativa de fraudes no e-commerce brasileiro é de 2,52% – ou seja, 1 a cada 40 pedidos. Logo, uma loja virtual com uma taxa de cancelamentos de vendas muito superior a isso está deixando de ganhar (muito) dinheiro. E sabemos de casos de lojistas que têm uma taxa de cancelamento superior a 15% – mas, por outro lado, têm 0,0% chargeback.

Será que essa conta fecha?

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Já comentamos isso neste artigo, em que ensinamos a calcular o custo da fraude (mas já adiantamos que a resposta é não).

Queremos ajudar o lojista!

E é por isso que não fazemos um modelo antifraude com 100% de garantia ao lojista. Achamos que essa conta não fecha. A Konduto quer que nossos clientes vendam cada vez mais, dentro de um risco totalmente controlado.

Acreditamos que barrar compras de origem criminosa é apenas parte do trabalho de um sistema de risco. Um bom sistema antifraude deve conseguir aprovar o máximo de pedidos, diante do menor risco possível.

Felipe Held

Autor Felipe Held

Maratonista, palmeirense, beatlemaníaco e enciclopédia de piadas do Chaves, Felipe foi Head de Comunicação e Marketing da Konduto entre outubro de 2015 e outubro de 2020. Jornalista pela Cásper Líbero e pós-graduado em marketing pela ESPM, trabalhou em redações esportivas de Gazeta, UOL e Terra antes de entrar para o mundo de prevenção à fraude. Já entrevistou Pelé, Maria Esther Bueno, Guga, Guardiola e Bernardinho, mas diz que os dias mais incríveis da carreira foi quando apresentou a duas primeiras edições do Fraud Day.

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