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Vítimas de cartões clonados querem saber o endereço dos fraudadores: é possível?

Por 7 de fevereiro de 2018 novembro 16th, 2023 Nenhum comentário

A seguinte cena se repete com bastante frequência:

Uma pessoa descobre alguma compra realizada ilegalmente em seu cartão de crédito, se dá conta de que foi vítima de fraude e, desesperada por mais informações, faz algumas buscas no Google e chega ao blog da Konduto. Em nossos textos, este consumidor entende que este golpe é infelizmente um problema muito frequente, mas que a legislação protege o portador e que é possível solicitar o reembolso daquela compra.

Ufa! Fim da história e final feliz para este consumidor!

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Erm… não.

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Recebemos com bastante frequência e-mails destes clientes vítimas de fraude com a mesma pergunta: “Quero saber quem está fazendo estas compras! Como faço para que o banco me dê o nome e o endereço deste fraudador?”

Nas primeiras vezes em que vimos esta mensagem, admitimos, ficamos um pouco assim:

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Mas depois, analisando um pouco a situação e se colocando na pele desta pessoa, pudemos entender. Há uma curiosidade em saber comopor quequem está fazendo isso, o que foi comprado, onde o pedido foi entregue. Entender a fundo, construir uma história, ter imagens de personagens, de cenários… Acho que é normal, faz parte um pouco da nossa natureza. Eu mesmo, quando tive meu cartão clonado há alguns anos (casa de ferreiro espeto de pau, hehe), me fiz esses mesmos questionamentos.

Mas, tanto na vida como na fraude de cartão de crédito, precisamos assimilar uma coisa: “nunca vamos ter respostas para tudo”. Agora, passado o momento autoajuda, vamos retornar ao tema.

Como descobrir quem fraudou meu cartão?

Você provavelmente não descobrirá, desculpe te dizer. Mesmo que você entre em contato com o banco ou com o e-commerce que recebeu aquela transação fraudulenta.

O cliente, por contrato, tem o direito de receber de volta o valor de uma transação não reconhecida em sua fatura. Mas estas instituições não são obrigadas legalmente a fornecer informações sobre o suposto comprador. E, mesmo que o façam, qual a chance de um criminoso ter utilizado os próprios dados pessoais, não é mesmo?

Mas nem o endereço de quem fez a compra?

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Nem o endereço. Aliás, o que você faria com este tipo de informação? Iria até o endereço da entrega para dar uma bronca no fraudador? Será que realmente vale a pena? E se você for uma pessoa que mora no município de Oiapoque, no norte do Amapá, e descobre que o seu cartão foi utilizado para uma compra fraudulenta em Santa Vitória do Palmar, localizada no sul do Rio Grande do Sul e a 20 km da fronteira com o Uruguai? Você realmente iria se deslocar até lá?

Provavelmente, quem clonou o seu cartão não é alguém do seu círculo social e sequer mora na mesma cidade que você. E de nada adianta saber onde esta pessoa mora ou onde a mercadoria foi entregue… Sem falar que é perigoso, né?

Ah, e outra coisa:

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Fraudes dificilmente serão investigadas

E isso é uma triste realidade. É impossível investigar criminalmente as fraudes contra e-commerces, e os números nos mostram isso. No relatório Raio-X da Fraude, fizemos uma estimativa de que, só em 2019, houve uma tentativa de fraude a cada 5 segundos.

Sejamos realistas: qual a chance de que 0,1% deste total seja investigado?

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A Justiça não investigará a clonagem de cartão que você sofreu, e aconselhamos que você não queira fazer justiça com as próprias mãos também, ok?

Mas isso não impede você de fazer a sua parte, que é abrir um Boletim de Ocorrência para registrar o ocorrido e colaborar com as autoridades. Se o problema será investigado ou não jamais saberemos, mas você terá feito a sua parte.

Nós sabemos, é muito frustrante sofrer um golpe deste tipo e ter que gastar tempo ligando para o banco, solicitar o cancelamento do cartão, esperar o reembolso e aguardar a chegada de um plástico novo…

Mas não se esqueça: o consumidor, por lei, está protegido. E o cartão de crédito ainda é o meio mais seguro para o cliente realizar pagamentos na internet.

Felipe Held

Autor Felipe Held

Maratonista, palmeirense, beatlemaníaco e enciclopédia de piadas do Chaves, Felipe foi Head de Comunicação e Marketing da Konduto entre outubro de 2015 e outubro de 2020. Jornalista pela Cásper Líbero e pós-graduado em marketing pela ESPM, trabalhou em redações esportivas de Gazeta, UOL e Terra antes de entrar para o mundo de prevenção à fraude. Já entrevistou Pelé, Maria Esther Bueno, Guga, Guardiola e Bernardinho, mas diz que os dias mais incríveis da carreira foi quando apresentou a duas primeiras edições do Fraud Day.

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