A taxa de tentativas de fraude no comércio eletrônico brasileiro aumentou 14% entre 2018 e 2019, avançando de 2,20% para 2,52%. O número consta no Raio-X da Fraude 2020, a quarta edição do relatório mais completo sobre o mercado de análise de risco do país.
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Esta é a primeira vez em que o índice cresce desde que a Konduto começou a publicar o Raio-X anualmente (voltando um pouco mais no tempo, a taxa havia sido de 3,85% em 2016 e de 3,03% em 2017).
Se considerarmos a estimativa de que o e-commerce brasileiro registrou 250 milhões de pedidos no ano passado, a taxa de 2,52% significa que uma tentativa de fraude ocorre no país a cada 5 segundos – ou ainda que a cada 40 compras on-line, uma tem origem fraudulenta.
Assustador? A resposta é sim e não, como explica Tom Canabarro, CEO e cofundador da Konduto.
“Os números reforçam que o Brasil segue como um dos campeões mundiais em fraudes cibernéticas, mas também não significam o fim do mundo, uma vez que a taxa de tentativas de fraude no e-commerce nacional sempre variou entre 2% e 4%. Além disso, é importante lembrar que o índice de 2,52% não representa fraudes efetivas, mas tentativas de fraude. Na maioria das vezes, estas transações ilegítimas são barradas pelo sistema antifraude ou pelo próprio varejista”.
Quando e como os fraudadores agem?
O Raio-X da Fraude 2020 foi produzido a partir da análise dos mais de 175 milhões de pedidos que passaram pelos sistemas da Konduto entre 1º de janeiro e 31 de dezembro do ano passado. Mais do que o aumento no índice de tentativas de fraude, o estudo também mostra como os criminosos se comportaram no ambiente on-line.
A exemplo de edições anteriores, comprovamos que os fraudadores concentram as suas ações nos dias úteis (terça-feira foi o dia da semana com mais golpes em média) e no horário comercial. Diferentemente do que muitos ainda pensam, o índice de pedidos ilegítimos cai drasticamente tanto nos finais de semana como às madrugadas.
O relatório também apontou que os estelionatários utilizam nas práticas de golpes os sistemas operacionais e os navegadores mais usados pelos clientes “bons” na hora de comprar (Windows e Google Chrome, respectivamente, lideram a lista).
Golpes na palma da mão
O cenário acima reforça que aquela imagem muitas vezes vinculada ao fraudador cibernético – um homem encapuzado, agindo em um quarto escuro na madrugada e diante de uma tela repleta de códigos indecifráveis de um supercomputador – não corresponde à realidade.
Por falar nisso, outro dado que chama atenção no Raio-X 2020 é o aumento significativo das tentativas de fraude via mobile (de 37% em 2018 para quase 47% em 2019). Isso quer dizer que algumas atividades escalonáveis e automatizadas que o fraudador só conseguia realizar a partir de um computador agora também estão cabendo na palma da mão dos estelionatários.
Quer saber mais?
O Raio-X da Fraude é destinado a todos os profissionais das áreas de e-commerce, meios de pagamento, análise de risco e transações on-line. Desde a primeira edição, em 2017, o relatório também serviu de base para outros estudos da área e para matérias jornalísticas.
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