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Criminosos “usam” marketplaces para aplicar fraude com boleto em clientes

Por 25 de outubro de 2018 janeiro 9th, 2019 Nenhum comentário

Ao longo da vida ouvimos várias histórias cabeludas, não é mesmo? Papai Noel, fada dos dentes, ET Bilu… mas poucas delas são mais absurdas que “não existe fraude com boleto bancário, boleto é a forma de pagamento mais segura para compras on-line”.

“Oi? Mas como assim, gente? Boleto bancário não é a forma mais segura de comprar na internet?”, muita gente questionaria.

Nananinanão. Já falamos sobre isso algumas vezes: o boleto não é “tão” seguro assim nem para quem compra e nem para quem vende. Mas ainda nem todo mundo sabe disso e queremos acabar com esta lenda.

Recentemente revelamos o golpe do sequestro de estoque e vimos como o mercado ficou interessado em saber mais sobre fraudes no boleto. Desta vez, escolhemos explicar como funciona um golpe bem delicado, em que um criminoso usa um marketplace para atrair vítimas e aplicar uma fraude bem dolorosa utilizando o boleto bancário.

O falso vendedor no marketplace

Vamos contar aqui a história do Nicolas, um consumidor que está querendo fazer um update no modelo do smartphone e comprar um aparelho novo.

Ele pesquisou e pesquisou pelo melhor preço e encontrou a oferta PER-FEI-TA em um marketplace. O preço está bem mais barato do que em várias lojas virtuais, e bom… marketplace is the new black, o e-commerce está bombando e não é todo dia que a gente encontra um precinho camarada desses, né? Melhor aproveitar antes que alguém aproveite e compre o smartphone, não é, Nicolas?

Ele, então, entra em contato com aquele vendedor para tirar alguma dúvida ou negociar um descontinho – por que não? E olha só, não é que o vendedor é camarada e está disposto a baixar um pouco o preço? “Claro, Nicolas, posso te dar um desconto de 10%! Mas vamos fazer o seguinte: me manda uma mensagem no e-mail? Aí eu te envio um boleto por lá e consigo descontar a taxa do marketplace, que é muito alta. Pode ser?”

“Opa! Pode sim!”, responde o Nicolas, que talvez nem saiba que marketplaces não costumam permitir que uma transação seja finalizada fora do ambiente do site. O nosso cliente, então, envia um e-mail para o suposto vendedor, recebe um boleto, paga na mesma hora, recebe um e-mail de um endereço estranho como pagamentos.nomedomarketplace@emailgratis.com e com alguns erros de português, mas a mensagem tem o logotipo do marketplace e está confirmando a compra. E com aquele precinho ótimo!

Mas o Nicolas nunca vai ver a cor daquele smartphone…

Depois de muito esperar, ele retorna ao site do marketplace para conferir o anúncio, mas ele não existe mais. E nem aquele vendedor – que, na verdade, era um fraudador.

O boleto é falso?

Não. O boleto que o Nicolas pagou é 100% verdadeiro – porém, ele não foi gerado pelo marketplace. Provavelmente o fraudador criou uma carteira virtual, emitiu um boleto pago pela vítima, recebeu o dinheiro na conta, sacou e sumiu do mapa…

O Nicolas até pode tentar recorrer junto ao banco, mas é muito difícil reverter a situação.

Sorry, Nicolas.

Pode acontecer o inverso também

O fraudador também pode ser o cliente tentando comprar do seu anúncio em um marketplace. Neste caso, ao concluir um pedido, ele tem acesso a diversos dados do vendedor – como, por exemplo, o e-mail.

O golpista também envia um e-mail (cheio de erros de português) de um endereço esquisito, sem o domínio do marketplace, informando que a venda foi realizada informando que o pedido já pode ser enviado. O vendedor não se atenta a alguns detalhes, às vezes nem sequer checa se o dinheiro caiu na conta (muitos acreditam que o valor demora alguns dias para ser creditado), posta o produto e sofre o prejuízo. Já vimos muitos casos assim também.

A culpa é do marketplace?

Não! O marketplace, como dissemos agora há pouco, orienta o cliente que todas as transações financeiras sejam realizadas dentro do ambiente do próprio marketplace – por isso ele não permite que um vendedor informe contatos como e-mail ou número de telefone abertamente. No entanto, sempre há quem tente burlar essa “trava”. Por exemplo, o e-mail joaodascouves@hotmail.com pode ser informado como “digite tudo junto: J O aodas Cou ves ( arroba ) hot mailponto com”, ou o telefone (11) 95555-1111 pode virar “código onze, nove cinco 5   5 cinco, um 1  um   1

Marketplaces estão constantemente criando travas para impedir o cadastro de vendedores fraudulentos, e inclusive têm ótimas medidas de segurança. Mas, eventualmente, um ou outro acaba passando… acontece.

Como evitar esta fraude com boleto?

Simples: nunca, em hipótese alguma, conclua uma compra em marketplace fora do ambiente do marketplace – e pague boletos somente gerados nos sites dessas empresas, e não qualquer eventual título que chegar a você por e-mail ou SMS.

Outra dica importante: sempre cheque a origem de qualquer e-mail que você receber referente a uma transação feita em marketplace e confie apenas naqueles que têm o domínio com o nome daquela empresa – a empresa não te mandará comunicações oficiais de contas como Gmail, Hotmail, Yahoo..

Mas você não precisa deixar de comprar em sites de marketplace – pelo contrário, compre bastante. Como dissemos lá atrás, marketplace is the new black e esta modalidade de e-commerce está super em alta (tanto para quem compra como para quem vende).

Quer saber mais sobre fraudes com boleto?

Recentemente, vários veículos de comunicação publicaram reportagens com dicas da Konduto sobre esta modalidade de golpe em compras on-line. Confira as matérias feitas por UOL, G1/TechTudo e Tecmundo!

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Felipe Held

Autor Felipe Held

Maratonista, palmeirense, beatlemaníaco e enciclopédia de piadas do Chaves, Felipe foi Head de Comunicação e Marketing da Konduto entre outubro de 2015 e outubro de 2020. Jornalista pela Cásper Líbero e pós-graduado em marketing pela ESPM, trabalhou em redações esportivas de Gazeta, UOL e Terra antes de entrar para o mundo de prevenção à fraude. Já entrevistou Pelé, Maria Esther Bueno, Guga, Guardiola e Bernardinho, mas diz que os dias mais incríveis da carreira foi quando apresentou a duas primeiras edições do Fraud Day.

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