Você trocaria um emprego estável em uma empresa grande, com escritório nos Estados Unidos, altíssimo potencial de crescimento e remuneração legal… para se aventurar em um projeto de startup que só existia no papel?
Pois é, mas o André Alves trocou essa condição totalmente tranquila e favorável para vir integrar o time de engenharia e desenvolvimento da Konduto lá em fevereiro de 2014. Ele se juntou ao trio de co-fundadores Daniel Bento, Milton Tavares Neto e Tom Canabarro e aos também devs Rapha Sampaio e Dricão Oliveira para tirar do papel e começar do zero a criação da empresa que, hoje, possui o mais eficiente sistema antifraude do e-commerce.
Parece loucura? Sim, claro que sim! Só que o André, que tem uma história de vida mais maluca que a outra, não se arrepende nem um pingo. Já se passaram cinco anos desde que ele “descobriu” que estava em um processo seletivo (e não em uma conversa informal de troca da conhecimentos), mas não abre mão do frio da barriga de ver a Konduto crescer no mercado – e nem da birra, que o mantém aqui desde os primórdios.
Pode falar, André, tá gravando. Mas vê lá o que você vai dizer…
Você sempre quis ser engenheiro, desde criancinha?
Não, eu tive uma fase de querer ser paleontólogo para recriar o Parque dos Dinossauros.
Isso durou até os 10 anos, quando eu percebi que os videogames que eu adorava eram desenvolvidos por pessoas. Decidi seguir para essa área e fiz Engenharia da Computação na Unicamp, universidade pela qual sou apaixonado até hoje. Foi lá que tive meu primeiro contato com inteligência artificial, em 2010 ou 2011, e acabei tendo uma queda pelo assunto. Só que como eu disse: meu foco era desenvolver jogos.
Você desenvolveu algum?
Sim, eu me envolvi bastante na faculdade e até ajudei na construção do que hoje é um grupo de jogos chamado Gamux. Participei de algumas competições, até ganhei uma. Acabei indo trabalhar em uma startup chamada Mobjoy, que hoje não existe mais. Lá tive experiências fantásticas, convivi com uma equipe bem legal que fez eu aprender a programar de verdade. Trabalhei em alguns jogos, dois deles bem grandes e que fizeram certo sucesso no mercado mobile.
E aí saindo de lá você veio para a Konduto?
Não. Eu estava trabalhando em Campinas em uma empresa muito legal chamada Daitan Group, de desenvolvimento de softwares. Lá eu tinha um emprego estável, com potencial legal de crescimento… mas era recém-formado e estava um pouco perdido sobre o que fazer na vida. O Milton entrou em contato com um amigo meu, com quem eu dividia apartamento, para falar sobre uma ideia de startup de antifraude. Este amigo deu o meu contato para o Milton e passamos a conversar sobre o assunto.
Falamos algumas vezes, até que ele me chamou para ir ao escritório da Konduto, em São Paulo, para uma entrevista presencial. Fiquei em choque, eu achava que aquilo era uma conversa casual de trocas de ideias, não um processo seletivo de emprego. Aí caiu a ficha que era uma empresa mesmo, real, ia acontecer.
Mas por que você aceitou? Convenhamos, não fazia sentido…
Não fazia, né. Pior: quando começamos eu ficava remoto a maior parte do tempo porque ainda morava em Campinas. E eu ficava bem inseguro, sim… ninguém sabia o que estávamos fazendo, não tínhamos clientes e eu sentia uma responsabilidade muito diferente daquela que eu tive em outros trabalhos. Só que também foi super divertido esse começo. A verdade é que eu acabei ficando por birra, e é por birra que eu continuo aqui até hoje.
Quando começamos lá em 2014 eu queria ver o projeto dar certo, começar algo do zero e ver a evolução. Hoje, com tantas pessoas novas trabalhando na empresa graças àquilo que fizemos no começo, é recompensador demais. Fico muito feliz de ver que o nosso sistema tem um tempo de resposta bom (cerca de 0,1 segundo!), é super estável (99,99% de uptime nos últimos dois anos, gente!) e escalável. Saímos de zero para 128 milhões de transações por ano sem fazer grandes mudanças no sistema, é um baita feito. Dá para se orgulhar bastante. Agora quero ver até aonde conseguimos ir, e depois andar um pouco mais. É um objetivo pessoal.
E o objetivo de desenvolver jogos?
Eu ainda continuo envolvido com desenvolver jogos. Já tem algum tempo que não faço algo público, talvez algum dia volte a trabalhar com isso. No início da Konduto eu cheguei até a dar algumas aulas na Fatec de Americana-SP sobre desenvolvimento de games para celular. Hoje preciso ver até aonde a Konduto vai antes de olhar para outra coisa, sem falar que tenho outros hobbies e isso consome bastante do meu (pouco) tempo livre.
Quais seriam esses hobbies?
Prefiro que você conte nos meus fun facts.
Fun Facts do André
- O André pratica um esporte diferente, que atrai bastante gente nos parques de São Paulo: é o sword play, uma modalidade que recria combates medievais épicos – tem espadas (acolchoadas), escudos, arcos, flechas, lanças, machados (sem fio de corte, claro)!
- Inspirado pelo sword play, ele também começou a treinar esgrima (olímpica e renascentista)!
- Ele ainda gosta muito de passeios a céu aberto, incluindo trilhas, descer cachoeiras e andar de patins.
- O André é talvez a pessoa mais magra da Konduto, mas é também a que faz os pratos mais pesados nos restaurantes por quilo da região – diz a lenda que um prato dele já chegou a pesar 1 kg.
- Em sua primeira entrevista na Konduto, o André chegou ao escritório acompanhado pela mãe. Não, calma, não julgue o amiguinho. Acontece que ele tinha acabado de sair de uma consulta médica. “Não ia deixá-la no carro esperando, né? Ela ficou na recepção”.
- Assim como o Adriano, antes de entrar para Engenharia, o André chegou a cursar um ano de Física na Unicamp – curiosamente, um ano depois do Dricão.
- André tem umas histórias mega insólitas de vida, que sempre terminam de jeitos improváveis. Isso fez a Karin, supervisora do nosso time de risco, cunhar o seguinte bordão: “Ai, André, você é muito doido”. Ela não está errada.
- Certa vez o André ficou preso dentro do banheiro do antigo escritório da Konduto, bem na hora do almoço. Ele entrou, fechou a porta e a maçaneta do lado de fora caiu. Por sorte o pessoal ainda não havia saído para comer e foi possível resgatá-lo com vida.
- Outro momento épico da nossa história envolve o André, claro: certa vez, durante uma videoconferência com o time de TI, ele achou um pãozinho atrás do monitor de seu computador, abriu a embalagem, comeu e só depois se deu conta de que o pão estava vencido havia dois meses. DOIS. MESES. Ele sobreviveu e passa bem até hoje.