Quem acompanha o blog da Konduto sabe que vira e mexe a gente publica rankings, estudos e levantamentos que infelizmente colocam o Brasil nas primeiras posições quando o assunto é fraude on-line, certo?
Pois uma nova pesquisa, esta conduzida pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), trouxe mais dados alarmantes sobre o tema.
Dos 2 mil internautas consultados pelas instituições em todas as regiões do país, 46% disseram ter sofrido algum tipo de fraude nos últimos 12 meses.
É muita coisa, né? Quase metade dos entrevistados! Ou o equivalente a um universo de 12.127.150 pessoas, segundo a própria estimativa dos pesquisadores.
CNDL, SPC e Sebrae focaram neste universo de pessoas que foram vítimas de fraude e chegaram a algumas conclusões que vamos listar abaixo:
- 51% dos entrevistados dizem ter sofrido algum prejuízo financeiro com a fraude, sendo que o valor médio do dano ficou em R$ 478. A estimativa é de que o prejuízo total decorrente de fraudes financeiras nos 12 meses anteriores à pesquisa chegue a cerca de R$ 1,8 bilhão.
- Entre as vítimas da fraude, cerca de 53% são homens e 47% são mulheres. A idade média da vítima ficou em 37 anos, e a maioria – 57,6% – completou o Ensino Médio. Quanto à regionalização, o Sudeste concentra grande parte dos fraudados (as), com 47%, seguido pelo Nordeste, com 23%.
- As fraudes mais comuns relatadas foram, pela ordem: não receber por um produto ou serviço que comprou (52%), aquisição de produtos ou serviços que veio diferente das informações especificadas pelo vendedor (42%) e clonagem de cartão de crédito ou débito (25%).
- Considerando os canais mais comuns para a ocorrência de fraudes, os e-commerces lideram com folga (54%). Na sequência aparecem bancos (9%, considerando tanto agências quanto sites), lojas físicas pequenas (8%), lojas físicas de grande porte (8%) e financeiras (6%).
- Três em cada dez vítimas tiveram o nome negativado (30%) devido à fraude sofrida e mais da metade (52%) afirmou que teve sintomas de estresse para resolver o problema.
Ficou assustado?
Palma, palma, não priemos cânico! Antes de mais nada, conseguimos tirar dados positivos desta mesma pesquisa, como por exemplo as medidas que as vítimas passaram a tomar depois de sofrerem golpes: fazer compras somente em locais confiáveis (43%); pesquisar sobre a reputação das lojas em sites de reclamação e redes sociais (41%); não compartilhar dados pessoais nas redes sociais (38%); e não responder e-mails ou telefonemas que solicitam informações pessoais como senhas, número de cartão ou de conta bancária (38%).
Desta forma, a experiência negativa com a fraude de uma certa maneira conscientizou a extrema maioria das vítimas sobre os cuidados que se deve tomar no mundo virtual e não fará com que estas pessoas simplesmente se afastem dos celulares, computadores, tablets e afins. Ao contrário: só 9% dos que sofreram fraude disseram que não voltariam a comprar pela internet para se proteger.
Também vale ressaltar mais uma vez que os índices de fraudes não estão sendo capazes de frear o crescimento quase que exponencial do e-commerce nos últimos anos no Brasil, mesmo em tempos de crise. Além disso, a grande maioria das lojas virtuais já sabe da importância de contar com uma solução antifraude para evitar o prejuízo dos chargebacks e, consequentemente, não dar dor de cabeça para os clientes.
Antes de encerrar, já discutimos aqui no Blog da Konduto os motivos que fazem o Brasil sempre ter números alarmantes quando o assunto é fraude on-line, como o comércio eletrônico maduro, problemas socioculturais (a alta criminalidade do mundo real migra para o virtual, por exemplo) e até o chip EMV, que tornou as transações físicas muito mais seguras do que em muitos países do primeiro mundo. Se você quer se estender neste tema, sugerimos a leitura do texto “Por que o Brasil é um dos líderes mundiais da fraude on-line”?
Ah, e clique aqui se você quiser ver a pesquisa da CNDL, do SPC Brasil e do Sebrae na íntegra! Caso você tenha estranhado, a soma das respostas nem sempre dá 100% devido ao arredondamento dos valores e/ou respostas múltiplas.