Você já usou ou até pode estar usando o Firefox para navegar na internet, certo? Pois a nova versão do browser da fundação Mozilla, prevista para ser lançada em janeiro de 2020, deve chegar com uma atualização que ameaça uma palavrinha que muitas vezes escrevemos por aqui: o fingerprint.
Esqueceu o que é? Pois bem, o termo fingerprint traz muito do significado da tradução literal do inglês para português, que é impressão digital. Trata-se de um método que permite que uma empresa rastreie você com base em características únicas de seu dispositivo – e não apenas usando cookies.
Resolução da tela, navegador usado, fuso horário, geolocalização, idioma, extensões instaladas, as fontes instaladas, o sistema operacional… Estas são só algumas das diversas informações que o fingerprint pode coletar do seu computador, smartphone ou tablet. Poderoso, né?
Sim, tanto que estes dados que criam a impressão digital dos aparelhos têm sido aplicados em ferramentas de tracking, chats, marketing e também por antifraudes. No nosso caso, o fingerprint é bastante eficaz porque um criminoso cibernético pode até criar milhares de contas falsas para fazer compras em um site de e-commerce, por exemplo, mas dificilmente contaria com milhares de devices diferentes para utilizar.
Poxa, e por que bloquear o fingerprint então?
Porque o Firefox tem uma política agressiva antitracking e considera que o fingerprint viola a privacidade do usuário. A privacidade, aliás, é uma das principais bandeiras da fundação sem fins lucrativos Mozilla, que desenvolve o navegador, contra as concorrentes Google, criadora do Chrome, e Apple, a mamãe do Safari.
A título de curiosidade, os gráficos abaixo, extraídos do site de análise de tráfego StatCounter, mostram como o Firefox se manteve até outubro de 2019 como o terceiro navegador mais utilizado no mundo (primeira imagem) e no Brasil (segunda imagem), atrás apenas dos dois produtos das marcas que muitos rankings apontam como as duas mais valiosas do mundo.
Source: StatCounter Global Stats – Browser Market Share
Source: StatCounter Global Stats – Browser Market Share
O Mozilla Firefox vem testando desde o primeiro semestre o bloqueio de fingerprint em algumas versões e, como dissemos no título deste artigo, pode até torná-lo padrão na versão que vai ser lançada. Isso só vai mudar se os últimos testes apontarem que a experiência do usuário nos sites que têm esta tecnologia seja muito prejudicada, com páginas sendo exibidas incorretamente, problemas de interação etc.
E o antifraude, como fica?
Bem, se a revisão for baseada apenas em análise das impressões digitais dos aparelhos, a solução antifraude realmente seria ineficiente para barrar pedidos ilegítimos feitos pelo navegador Firefox a partir de janeiro de 2020.
Mas para um sistema como o da Konduto a mudança não assusta, já que somos capazes de coletar mais de 2 mil informações diferentes sobre um único pedido. Sim, 2 mil informações – entre dados cadastrais e de pagamento, compras anteriores que a pessoa fez, tempo de permanência na página, origem da visita, produtos visualizados, etc etc.
Moral desta história: o fingerprint é só uma das milhares de armadilhas que preparamos para o criminoso cair – e para você só se preocupar em vender.