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Ao cobrar por login extra, Netflix mira nas fraudes mas atinge usuários

Por 28 de junho de 2023 junho 30th, 2023 Nenhum comentário
Imagem ilustrativa com fundo azul. Nela há um texto escrito "Ao cobrar por login extra, Netflix mira nas fraudes mas atinge usuários". Há também o logo da Netflix e o desenho de um cadeado.

Recentemente a Netflix adotou uma medida polêmica no Brasil: a cobrança de um valor adicional por contas compartilhadas entre pessoas que não moram na mesma residência.

A resolução visa um aumento de receita e também a prevenção a fraudes – especialmente o aluguel de contas, mas será que resolve mesmo esses problemas?

A seguir, trazemos um panorama do cenário pelo ponto de vista de quem atua em antifraude.

Nesse texto você vai saber:

  • Breve resumo do que aconteceu até agora e o que levou a Netflix a mudar
  • Fraudes mais comuns em streamings
  • O que os streamings tem feito para evitar o aluguel de contas
  • O quanto tais medidas do Netflix são efetivas?
  • Caminhos e soluções para os streamings

Contexto da Netflix que levou à mudança nos serviços e o que aconteceu até agora

Antes de falarmos sobre o capítulo atual da série, confira um resumo do que rolou nos episódios anteriores:

  1. Após um grande boom inicial, a pioneira dos streamings tem passado por um período de menor crescimento. O que, por sua vez, acarreta em cortes de gastos e revisão das estratégias, incluindo os planos disponíveis.
  2. Assim, desde 2022, a Netflix passou a mudar os seus planos. A principal medida foi a cobrança adicional para quem compartilhar a conta com outras pessoas que não moram na mesma residência.
  3. Tal medida já está em vigor em países como Chile, Costa Rica, Peru, Argentina e EUA.
  4. Segundo matéria da Folha de S.Paulo, a empresa já admitiu que observa uma “reação de cancelamento” de assinaturas em mercados onde a restrição é lançada, o que impacta o crescimento de assinantes no curto prazo.
  5. Em 23 de maio, essa resolução chegou ao Brasil com a cobrança adicional de R$12,90 e a resposta do público foi muito negativa.
  6. Entre as reações, foram apontadas sinalizações de cancelamento do streaming, adesão a outros serviços similares e também o caminho da pirataria.
  7. Além disso, o Procon de diferentes estados têm entrado com ação questionando esta mudança da Netflix. O Procon-PR, por exemplo, mencionou que no site do streaming diz “assista onde quiser”, o que induziria o consumidor ao erro.

Dado esse cenário, a pergunta que fica é: por que uma empresa com uma marca tão forte e bem trabalhada como a Netflix tomou uma atitude dessas? A resposta está no próximo episódio, digo, tópico.

Fraudes mais comuns em streamings

Ao cobrar a mais de quem compartilha o acesso com outras pessoas, a Netflix mira diminuir uma das fraudes mais comuns em streamings: o aluguel de contas.

Por vezes chamada de “conta laranja”, esse tipo de fraude é, na verdade, quando uma pessoa faz uma assinatura e repassa ela para outras pessoas que sequer conhece mediante um pagamento. Ou seja, faz da própria assinatura, uma forma de ganhar dinheiro em cima.

Isso pode ser feito a partir de uma conta para algumas ou para muitas pessoas. E também a partir de várias contas para ainda mais pessoas – uma tática conhecida como “account farming”, ou seja, quando um fraudador cria uma fazenda de contas.

Atenção: o que foi levantado não se trata de quem compartilha a senha com a família, ainda que tais pessoas sejam, justamente, um dos grupos atingidos por essa mudança do streaming – assunto que abordarei a seguir.

Um ponto que surge aqui é que essa não é a única fraude que atinge os streamings. Outras fraudes comuns do segmento são:

  • Abuso de teste grátis (free trial);
  • Invasão ou sequestro de conta;
  • Pirataria;
  • IPTVs não legalizadas;
  • Fraudes de pagamentos.

A pirataria e as IPTVs não legalizadas, por exemplo, são um problema enorme para todos os streamings. Já as fraudes em pagamentos, estão dentro da margem de risco do segmento e contam com soluções de antifraude avançadas da Konduto – como falaremos melhor neste texto. Quem atua neste mercado, sabe e conhece essas fraudes, tendo uma atuação contínua para a sua diminuição.

Leia também: Dicionário do antifraude: principais tipos de fraudes

O que os streamings tem feito para evitar o aluguel de contas

Como o foco dessa ação polêmica da Netflix visa evitar o aluguel de contas, vamos, a partir daqui, nos concentrar nele.

Nisso, o primeiro ponto é entender quais as principais iniciativas que os streamings têm feito para evitar que esse tipo de fraude ocorra. As principais ações são:

  1. Informação: por meio de materiais explicativos, os serviços sinalizam aos usuários os riscos de compartilhar informações das suas contas. O perigo aqui é a conta ter seus dados vazados e ser vendida na deep web. Caso a pessoa use a mesma senha para outros serviços, a ameaça se multiplica ainda mais.
  2. Promoções e pacotes familiares: é comum streamings terem ações promocionais e pacotes para mais de uma tela ou usuário. É uma forma de manter legalizado quem quer compartilhar o conteúdo com familiares, por exemplo.
  3. Restrições: o caso mais marcante tem sido justamente esse da Netflix, que realizou uma mudança nos seus planos e passou a restringir os acessos a um mesmo Wi-fi, por exemplo.

O quanto tais medidas do Netflix são efetivas?

Para responder a essa pergunta, vamos trazer contextos relevantes e também novas questões para pensarmos em conjunto.

Contexto cultural: o brasileiro gosta de compartilhar

Conhecer o mercado onde você atua é fundamental tanto para oferecer serviços adequados, como para prevenir as fraudes. Isso passa pelo conceito de Know Your Customer, mas vai além.

No caso dos streamings, a cultura de compartilhar (a tela, o acesso e a senha) se juntou de tal forma que ficou intrínseca. É quase um sentimento de que “eu tenho o streaming para compartilhar com quem eu gosto”. Uma sensação tão boa quanto chamar os amigos para comer junto – o que é comum em outros países, mas no nosso a socialização é um pouco mais forte no dia a dia.

Um dado que ajuda a entender é o fato do Brasil ser o terceiro entre as nações que mais passam tempo nas redes sociais. Outra informação é a famosa “casa de praia” que acaba sendo da família – e a família empresta para os amigos.

Pensa comigo, se as pessoas, no geral (e tudo bem se você não é desse perfil), emprestam até a casa, você acha mesmo que não irão emprestar o streaming?

Contexto econômico: da Netflix e também a nível Brasil

Como citei antes, um dos objetivos dessa mudança nos planos da Netflix é aumentar a receita da empresa. O que o streaming já sinalizou é que é comum a reação de cancelamentos. Porém, também segundo eles, depois de um tempo há uma retomada de assinaturas, principalmente das pessoas aderindo à nova taxa para manter o acesso aos conteúdos. Ou seja, a empresa sabe o risco que corre nesse sentido.

Por outro lado, há o contexto econômico do Brasil. Segundo a Carta de Conjuntura do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), “o comportamento dos indicadores setoriais indica desaceleração bastante disseminada da atividade econômica, e este quadro se manteve nos primeiros meses de 2023”. A carta ainda nos diz que os índices de preços ao consumidor e também a inflação se encontram em patamares relativamente elevados. A previsão para 2023 é que a economia se recupere ao longo do ano, registrando crescimento de 1,4%.

Dito isso e entendendo minimamente como é a vida do brasileiro, sabemos que a situação não é fácil e que a população busca ao máximo manter seus momentos de alegria – o que inclui assistir à série que tanto gosta e o filme com Mozão. Em outras palavras, as pessoas dificilmente irão retroceder e ficar sem um serviço ao qual já se habituaram. Até porque assistir à Netflix agrega em qualidade de vida. E ninguém quer perder o que já conquistou.

As dúvidas que surgem com essa mudança da Netflix

A partir desses contextos, surgem outras dúvidas a respeito da polêmica:

  • A Netflix sabe que o risco de perda de receita é alto. Então por que ir por esse caminho tão arriscado?
  • Ao fazer tal restrição, a Netflix está contribuindo de fato para que diminua o aluguel de contas ou, na verdade, estimulando para que mais pessoas busquem outros tipos de soluções, como a pirataria e IPTVs não regularizadas?
  • Será que não é melhor garantir contas seguras e pagas, quem sabe até estimulando o compartilhamento entre pessoas conhecidas, ao invés de uma atitude dessas?

Em resumo, as dúvidas geram o questionamento: até que ponto tais regras tão duras adotadas pela Netflix irão, de fato, diminuir as contas de aluguel ou, na verdade, irão atingir seus clientes que tanto adoram a marca? Para responder a essas e outras perguntas, vamos apontar alguns caminhos de quem é antifraudista e adora pensar em soluções.

Caminhos e soluções para os streamings

Como entendemos, o problema não é um só e não adianta muito focar em um lado e atrapalhar os outros. Quem trabalha em antifraude sabe que precisa sempre manter o equilíbrio entre: aprovação, revisão manual e falsos positivos, e chargebacks. A seguir vamos trazer ideias para solucionar pensando nesse tripé.

  1. Diminuir a chance de fraudes já no cadastro: soluções voltadas para a validação de onboarding, facilitam identificar se os dados daquele cadastro formam um bom casamento ou se há sinais de cilada.
  2. Entender o comportamento de compra: conhecendo bem o comportamento do seu cliente, inclusive a cultura local, fica mais fácil identificar a jornada de adesão e até mesmo o uso de um streaming. Assim, quando esse comportamento é revisado por uma análise automática de antifraude, pessoas fraudadoras caem na peneira e logo são afastadas.
  3. Prevenção no pagamento: aqui é o básico do básico, mas não tem como não fazer, né? É aquela verificação, automática e/ou de mesa, feita pelo antifraude para evitar que haja problema no pagamento do streaming.
  4. Atuação em conjunto com um meio de pagamento. Por exemplo, uma instituição financeira pode identificar que logo após pagar pela assinatura de um streaming, uma pessoa passou a receber um volume de transferências que não costumava receber antes. A associação entre esses dois comportamentos, pode sinalizar aluguel de contas.

Leia também: Como escolher uma boa solução antifraude para o seu negócio

Não existe caminho fácil, mas existe o caminho com a Konduto

Seja para um streaming, como para um e-commerce, a busca por aumentar a receita deve passar por diminuir os prejuízos com fraudes. E as formas como isso é feito são variadas. Ciente disso, é preciso fazer escolhas.

Escolher um bom antifraude que oferece soluções de prevenção já no cadastro, mas que também te acompanha nas transações via machine learning e ainda agrega a revisão manual como uma camada a mais de segurança, faz o caminho ter bem menos riscos.

A Konduto conta com todos esses serviços aliados a um painel de fácil manuseio, regras adaptadas ao seu segmento – e que podem ser ajustadas de forma ágil por você mesmo, além de um time que vai contigo a cada passo. Conheça a Konduto pelo site ou, se preferir, envie um oi por e-mail contando o que você precisa.

Stefs Masotti

Autor Stefs Masotti

Olá, eu sou Stefs! Com formação em Jornalismo e atuação em Publicidade, minha especialidade é colocar confete nos conteúdos que produzo. Trabalho com marketing digital desde os tempos do Orkut.com e sobrevivi a todas as redes sociais que surgiram desde 2009 (rs).

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